- Carlos Resende
- 23 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Aplicar suas economias é uma necessidade. Mas o planejamento é essencial para o sucesso. Como fazer as escolhas acertadas?
Vamos começar relembrando o tripé da aplicação financeira: rentabilidade, liquidez e segurança.
A rentabilidade é o retorno combinado para a aplicação.
Em geral, busca-se estabelecer um parâmetro, ou benchmarking – na linguagem do mercado – a partir do qual seja possível avaliar o rendimento da aplicação, saber se ela está adequada ou não. Pode ser o CDI, a Selic, a inflação, a arroba de boi, dentre outros.
O segundo pilar é a liquidez; seu grau indica a facilidade (ou dificuldade) de transformar a aplicação em dinheiro – o tempo que se gasta para isso. Atualmente, as Letras de Crédito (LCA – do Agronegócio e LCI – Imobiliário) têm carência de 90 dias, prazo em que não podem ser resgatadas. Outro exemplo muito bom para pensar em liquidez é um imóvel; mesmo que tenha forte valorização, dificilmente se consegue vender um em poucos dias; entre achar o comprador, acertar as condições, transferir e receber vão-se meses.
Temos por fim a segurança, ou o risco. Na definição de preços do mercado há uma parcela da taxa que reflete o custo do dinheiro; outra parcela reflete o risco que determinado produto tem. Um produto de maior risco terá uma taxa de risco maior (pagará mais na aplicação), ao contrário de um produto quase sem risco. Se um banco está captando recursos por um preço muito superior à média do mercado, avalie com cuidado! Será que faz sentido?
Aplicações mais rentáveis tendem a exigir maior permanência dos recursos (menor liquidez) e apresentam maior risco. Uma aplicação com prazo de seis anos poderá estar sujeita a turbulências na economia e pode sofrer prejuízos durante o tempo de sua maturação.
Para ilustrar esse tripé, podemos usar a metáfora do cobertor curto: para cobrir um dos lados descobrem-se os outros.
No processo de planejamento procure considerar qual é o equilíbrio que você deseja buscar: mais rentabilidade, com mais risco? Mais liquidez, com menor rentabilidade? Segurança total e muita liquidez, com rentabilidade reduzida?
Ou seja: um planejamento bem feito vai analisar cada pilar do tripé. No entanto, antes de definir onde aplicar os recursos, precisamos analisar também nossos projetos e nosso perfil, considerando idade, duração da aplicação, tolerância ao risco e outros.
Mas aqui já podemos antecipar um conceito essencial – ao qual retornaremos - para buscar uma decisão equilibrada: diversificação que significa buscar, dentro dos recursos disponíveis, sua alocação em produtos diferentes, que deixe uma parte com maior liquidez (para atender às emergências), uma parte (de longo prazo) mais arriscada tentando ganhar mais e um conjunto com risco mitigado.
Nos próximos posts, vamos tratar sobre fatores que interferem nesse planejamento, além da Análise do Perfil do Investidor, que trará respostas importantes para nós!
Até lá!
- Carlos Resende
- 23 de set. de 2020
- 1 min de leitura
No mês de julho, a Meta Selic foi reduzida pelo Copom (Comitê do Banco Central) para 9,25% ao ano.
A taxa Selic de um dígito (abaixo de 10% ao ano) tem um impacto muito significativo em nossas decisões de tomar ou de aplicar nossos recursos.
Hoje, gostaria de recomendar para você um E-book gratuito, bastante agradável de ler, elaborado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais, ANBIMA (www.ambima.com.br) e que dá orientações muito bem estruturadas sobre o tema.
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- Carlos Resende
- 23 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Em postagem anterior, comentamos sobre o CDI. Mas qual a relação desse indicador com a taxa SELIC?
A lei prevê que a política econômica atual do Brasil seja conduzida através do regime de metas para a inflação.
De olho na Meta de Inflação definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve definir de tempos em tempos a meta de taxa de juros a ser praticada no período seguinte, que é também chamada de "Meta Selic", com o objetivo de ajustar a liquidez da economia e buscar o atingimento da meta de inflação definida.
A meta da Taxa Selic deve ser buscada pela mesa de operações do Bacen nas negociações com títulos públicos. Essas negociações são registradas no sistema SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) do Banco Central.
Os "dealers" (Instituições Financeiras autorizadas a negociar com o Bacen) compram títulos (para aplicar reservas disponíveis) ou vendem títulos (para recompor seu caixa) dentro do sistema SELIC, registrando aí as taxas aplicadas.
A partir das taxas praticadas nessas operações, é apurada a cada dia a TMS (Taxa Média SELIC), que é a taxa diária média das transações efetuadas com base em títulos públicos, bastante usada como referencial para operações no Sistema Financeiro.
Quando as Instituições Financeiras acertam seu caixa entre si (com base em CDI - Certificados de Depósito Interfinanceiros), realizam essas transações usando como parâmetro a TMS.
Veja na figura 1 como - na prática - a Taxa Média Selic e o CDI apresentam variação extremamente similar:

Veja que o movimento é totalmente simétrico. Este gráfico foi construído no site do Banco Central (clique aqui para acessar).
Para aprofundar sobre a taxa Selic, consulte o site do Banco Central (clique aqui).
Então, a realização de negócios baseados na TMS ou no CDI tendem, ao longo do tempo, a apresentar resultados bastante próximos e com a mesma tendência.